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O fígado pode se regenerar quando para de beber álcool?
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Esse órgão do corpo humano tem notáveis poderes de se regenerar. Mas até para isso existem limites, então não abuse.
- Por Camilla Ribeiro
- 02/02/2024 18h09 - Atualizado há 8 meses
De acordo com a mitologia grega, Zeus puniu Prometeu por dar o fogo aos humanos. Zeus manteve Prometeu acorrentado e serviu o fígado dele como alimento a uma águia.
No entanto, todas as noites o órgão crescia novamente. E todos os dias a águia voltava para fazer mais um banquete.
E na realidade, um fígado pode crescer novamente?
O fígado humano é o maior órgão interno. Ele é responsável por centenas de processos do organismo, incluindo a degradação de toxinas presentes em remédios e no álcool.
Esse órgão é o primeiro que entra em contato com as bebidas alcoólicas e por isso é o mais suscetível aos efeitos deletérios desse hábito.
Porém, não devemos nos esquecer dos outros órgãos, como o cérebro e o coração que também podem ser prejudicados pelo consumo excessivo de álcool a longo prazo.
Gordura e cicatrizes no fígado
No começo da ingestão sequencial do álcool faz o fígado acumular gordura. E essa gordura causa uma inflamação no fígado.
Ao reagir o órgão tenta se livrar desse excesso de álcool. Durante esse processo, acaba produzindo um tecido cicatricial.
Se não houver controle, todo o fígado pode se tornar uma rede de cicatrizes com pequenas ilhas de fígado "bom" entre elas, o que chamamos de cirrose.
Em estágios mais avançados da doença, quando o fígado começa a falhar, a pessoa pode ficar com a pele amarelada, inchaço pela retenção de líquidos, e sentir-se sonolenta e confusa, um quadro que pode levar a morte.
Os consumidores regulares de álcool que bebem regularmente mais do que o limite de 14 unidades de álcool por semana (cerca de seis litros de cerveja com 4% de teor alcoólico ou cerca de seis taças de vinho de intensidade média com 14% de teor alcoólico) começará a acumular gordura no fígado e desenvolver um quadro de cirrose.
Qual é a boa notícia?
As pessoas que têm gordura no fígado e ficam apenas duas ou três semanas sem consumir álcool, o fígado delas pode sarar e voltar a parecer e funcionar como se fosse novo.
Em casos de indivíduos com inflamação ou cicatrizes leves nessa estrutura do corpo, com apenas sete dias sem álcool já obtém um resultado e uma redução notável na gordura, na inflamação e nas cicatrizes no fígado.
Consumidores que bebem grandes quantidades de álcool e já possuem cicatrizes mais graves ou até insuficiência hepática, abandonar o álcool por vários anos reduz a chance de agravamento da insuficiência hepática e também o risco de morte.